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O Ministério das Infraestruturas
enviou este sábado uma nota de esclarecimento sobre a notícia publicada
na edição do SOL sobre o avanço do TGV em Portugal, alegando que o
“Governo não tem qualquer projeto de TGV/alta velocidade”,
esclarecendo ainda que o plano Ferrovia 2020, apresentado em fevereiro
de 2016, representa um projecto de modernização da rede ferroviária
nacional, com um investimento superior a 2 mil milhões de euros,
“destinado a tornar a rede ferroviária nacional mais competitiva para o
transporte de passageiros e mercadorias, nomeadamente na ligações
transfronteiriças”.
O SOL questionou o ministério sobre as bitolas a utilizar
nestas infraestruturas e o ministério de Pedro Marques esclareceu que a “
construção e modernização dos troços do corredor internacional sul
serão concretizadas com a utilização de travessa polivalente e bitola
ibérica. «A utilização da travessa polivalente permitirá a eventual
migração para a bitola europeia caso assim seja entendido no futuro»,
lembrando ainda que «quer ao nível técnico, quer ao nível político,
Portugal e Espanha têm concordado em avançar de forma coordenada na
modernização da respetivas redes ferroviárias, nomeadamente no que
respeita à questão das bitolas e da utilização da travessa polivalente».
travessa polivalente
Mas apesar de o Governo português afastar a existência de um
projecto de alta velocidade, o presidente da Junta da Extremadura,
Guillermo Fernández Vara já elogiou como «excelentes notícias» os
avanços nas infraestruturas ferroviárias em Portugal. Vara explicou
ainda que projeto português é um comboio de mercadorias e de passageiros
«com uma velocidade suficiente para que os tempos médios sejam
comparáveis ao que queremos», estando a ser construídas em «plataformas
AVE», ou seja, de alta velocidade.
Também a comissária com a pasta dos Transportes já admitiu
que, mais importante do que atingir já velocidades acima dos 250
km/hora, a prioridade deve ser garantir em primeiro lugar o reforço das
conexões ferroviárias, nomeadamente as que ligam Portugal a Espanha.
«Portugal precisa de ligações ao Mercado Único e encorajamos que esta
conectividade seja uma prioridade entre os corredores referenciados»,
disse Violeta Bulc.
Bulc afirmou ainda que o TGV entre Lisboa e Madrid é uma
decisão do Governo, mas deixou um desafio: «Ponham os números em cima da
mesa. Que tráfego podem ter? Justifica-se o investimento em linhas de
alta velocidade ou poderia uma linha até 280 km/hora satisfazer as
necessidades dos passageiros».
E, por sua vez, o próprio ministro Pedro Marques não fechou
as portas à possibilidade destas novas infraestuturas serem utilizadas
para transportes de passageiros. «É feita sobretudo com uma orientação
estratégica para o reforço do transporte de mercadorias, mas não fica,
digamos assim, ocupada o dia inteiro», admitiu numa entrevista recente
dada ao jornal Público.
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